Elena vai completar 6 meses no próximo domingo (e não sábado como eu disse no último post) e já faz quase dois meses que demos início à introdução alimentar dela.
Por absoluta falta de opinião especializada no assunto não vou entrar na discussão sobre começar a introdução alimentar do bebê por volta dos 4 meses ou esperar até os 6, até mesmo porque só isso renderia um post inteiro. Como eu disse, não sou especialista no assunto e tenho certeza que opiniões diversas estão por aí aos montes, assim como em qualquer assunto relacionado à maternidade.
Eu moro na Irlanda, estou adaptadíssima a vida e cultura locais e aqui a recomendação é de que na falta de leite materno, e estando o bebê pronto, a introdução seja feita gradualmente a partir do 4˚ mês de vida.
Claro, que se feita antes disso (é importante jamais introduzir alimentos antes desse período porque o sistema digestivo do bebê ainda não está preparado) ou forçando o bebê a comer, a introdução alimentar pode trazer sérios problemas futuros. No caso da minha Elena, aos 4 meses achei que ela já estava pronta mesmo e resolvi que ia fazer uma tentativa, sempre com muita paciência e preparada para adiar o processo caso fosse necessário
Dessa vez, talvez por Elena ser meu segundo bebê e eu confiar muito mais na minha intuição de mãe, me senti muito mais tranquila para começar. Como tudo o que eu faço em relação à criação dos meus filhos, li bastante à respeito (não existe opção sem informação) mas segui minhas opiniões, meus valores o que EU acredito que seja o melhor para a gente.
No que se refere à alimentação, faço questão de oferecer alimentos preparados em casa, principalmente nesse início, com variedade, sem o uso de sal ou açúcar. Frutas sempre são oferecidas inteiras e não em forma de suco. Aprendi a cozinhar durante a introdução alimentar do Erik e evito ao máximo alimentos industrializados apesar da facilidade e praticidade que eles oferecem.
Como ela ainda não sentava direito quando começamos (e ainda não senta, é verdade) oferecer alimentos sólidos para que ela experimentasse sozinha (o tal do BLW, ou baby led weaning) estava fora de cogitação e optei por seguir o método e as receitas da Annabel Karmel assim como fiz com o Erik.
Sou completamente apaixonada por esse livro que serve de guia sobre que alimentos são indicados para cada fase da introdução alimentar (estamos agora terminando a primeira fase, que vai de 4 a 6 meses) além de trazer receitas bem bacanas que servem para a família inteira e exemplos de cardápios semanais para cada fase.
Começamos com uma ou duas colherzinhas de baby rice, uma espécie de mingau feito com a própria fórmula que ela toma, só para que ela se acostumasse com a textura.
Dois dias depois fui, aos poucos, introduzindo alimentos salgados isolados, sempre por dois dias, para verificar possíveis reações: fomos de batata, mandioquinha, batata-doce, cenoura, abóbora e nabo. Comecei com legumes justamente porque são mais difíceis de aceitar do que as frutas.
Na outra semana introduzi frutas, também separadas primeiro e depois combinadas: maça, pêra e banana no início.
Só depois comecei a misturar alguns alimentos e a introduzir outros (brócolis, ervilhas, tomate, pimentão doce, couve-flor, espinafre, manga, mamão, abacate, pêssego são os que ela já experimentou). Aos poucos vou também mudando as texturas e amassando alguns alimentos com o garfo para que não sejam completamente triturados.
No início oferecia uma refeição diária, e hoje já chegamos a três, sempre seguidas da fórmula (quando ela completar 6 meses vou introduzir água e leite no copinho ao invés da mamadeira). Não faço a menor idéia do tamanho das porções porque não me preocupo com isso. Ela come bem, só recusou a batata e o nabo até agora, mas em alguns dias não está com vontade e não forço nem ligo de jogar a comida no lixo porque ela não quis. A hora da refeição é sempre um momento de alegria, em que ela tem minha completa atenção. Ela adora, eu também.
Como as porções são muito pequenas, e para aproveitar os alimentos e meu tempo na cozinha, eu congelo porções individuais de alimentos diversos. O livro da Annabel ajuda bastante nesse sentido porque as receitas já vêm com a indicação se podem ou não serem congeladas.
A partir dos 6 meses a gente passa a introduzir uma série de outros alimentos, como carboidratos, carnes e peixes. Minha preocupação a partir daí vai ser a de oferecer refeições balanceadas (com carne, peixe e pratos vegetarianos todas as semanas) e cuidar para que os poucos industrializados (como o cereal, por exemplo) que faremos uso não ofereçam doses altas de açúcar (e outras porcarias). A partir daí eu pretendo também deixá-la livre para explorar e experimentar a comida mais espontâneamente, oferecendo muita coisa para que ela coma com a mão e até mesmo para que se sirva do meu prato. Sem rótulos, sem muita neura.
O objetivo, assim como com o Erik, é evitar sucos e doces completamente até pelo menos o segundo ano de vida, mas com uma criança mais velha em casa (que acaba consumindo essas coisas, mesmo que moderadamente) esse vai ser um grande desafio.
De todas as fases do bebê essa é das minhas preferidas. Eu adoro cozinhar para ela, e apesar do trabalho que dá, da sujeira constante e da falta de liberdade de ir e vir a qualquer momento, já que eu prefiro estar em casa nos horários que ela precisa comer, é uma delícia ver as caras e bocas que ela faz (alguma estão lá no meu instagram para quem ainda não me segue por lá).
Não vejo a hora de começar a segunda fase e ver minha bebê pintinha experimentando tanta novidade.
N.
3 Comments
Mieny
July 30, 2015 at 2:29 amOi Nivea! Que momento gostoso! Dá pra perceber que vcs duas curtem pelas fotinhas e pelos vídeos mesmo!
O livro parece ser interessante e ajudar bastante. Adoro aprender coisas novas sobre babies, sempre tem umas dicas que são de ouro! HAHUH As caras e bocas dela são demaaais! É uma bebê bastante expressiva.
Talvez seja mesmo um desafio manter a pintinha dos doces até os dois anos, mas você consegue! A pintinha é uma fofa e o seu E. vai entender suas orientações também. Pega um cadinho de paciência e vamos lá! 😀
PS: 6 meses jááááá? Parece que foi ontem que comentei com a minha mãe que você estava grávida! D: (simmmm, seu nome acaba sendo citado nos telefonemas com minha mãe e até mesmo nos almoços de domingo! HUAHAUH)
Bjssss!
Natália
July 30, 2015 at 1:33 pmQuando vc começou a postar as fotos da Elena e sua introdução alimentar no seu Instagram aos 4 meses, eu pensei “puxa, mas que corajosa!”, justamente por causa desses prejulgamentos tão cruéis que existem no mundo da maternagem. Foi tipo dar a cara pra bater – como diversas outras vezes já aconteceu aqui no seu blog. E isso lhe torna admirável!
Eu fiz a introdução alimentar com a minha filha aos 4 meses e meio. Mas não por intuição. No meu caso foi necessidade mesmo, já que quando ela tivesse 5 meses eu me ausentaria pra voltar a rotina de trabalho. Além disso, eu não tinha leite suficiente para estoque. A amamentação dela sempre foi de leite materno com complemento de leite artificial. E eu gostaria de fazer essa iniciação e não deixar pra babá ou pra avó fazer.
Até hoje, aos 20 meses, fazemos nossas refeições (principais) juntas: café da manhã, almoço e janta. E acredito que o carinho com que cumprimos essa tarefa de alimentar nossos filhos, desde o inicio, é essencial para o seu bom desenvolvimento.
Parabéns pela Pintinha comilona! E sucesso!
Bjs
Mari
August 4, 2015 at 2:28 pmOh como ela está fofinha! Pelas fotos, se vê que gosta muito do momento comidinha. Quanto amor!