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Pretensões e Desabafos / Vida na Irlanda

O Anel de Claddagh

The hands are there for friendship,
The heart is there for love.
For loyalty throughout the year,
The crown is raised above.
Claddagh é uma vilazinha de pescadores, próxima a Galway. É também o nome desse anel aí de cima, famoso por aqui como simbolo de amor e/ou de amizade. Muitas vezes ele é usado como anel de noivado, ou até como aliança de casamento. Existem várias maneiras de se usá-lo dependendo do seu estado civil ou comprometimento (mão esquerda ou direita, com a ponta do coração apontando para fora ou para dentro).


Conta a lenda que, há séculos atrás, um barco de pescadores foi aprisionado por corsários e seus tripulantes vendidos como escravos a um joalheiro turco. Entre eles estava Richard Joyce, morador de Claddagh, que se casaria naquela mesma semana. Treinado como ourives, ele criou o design do anel que simbolizava seu amor (na forma do coração), sua lealdade (a coroa) e sua amizade (as mãos), para a noiva que ficara para trás. Após 8 anos ele foi libertado e seu ex-dono lhe ofereceu a mão de sua filha e metade de sua riqueza para que ele não partisse. Joyce recusou, retornou a Claddagh, reencontrou a mulher que amava, deu a ela o anel, eles se casaram e nunca mais se separaram. 


Lenda ou não, eu gosto da simbologia. Ouvi a história pela primeira vez quando estava em Galway (e tirei a foto aí de baixo, da entrada de um museu dedicado a esse símbolo). Pensei em oferecer o anel como lembrança do meu casamento (ele não precisa ser feito de ouro, nem nenhum outro material precioso; ao contrário ele pode ser encontrado por preços bem razoáveis até nas Carrol’s espalhadas por Dublin) mas desisti da idéia por achar que não conseguiria uma variedade de tamanhos para agradar a todas as meninas. 





O tempo passou, eu esqueci do anel. Mas ontem numa cena de um filme, ele aparece (sem nenhuma menção a lenda) e eu cheguei a conclusão que quero um. Não quero comprar, obviamente, porque perderia todo o contexto. Então “sutilmente” (foi mais ou menos, “ei, eu quero um presente seu”) sugeri a I. que me presenteasse com um. Mas não quero uma jóia, quero que ele tenha para mim só o valor sentimental. 


Agora só me resta esperar pelo meu.


N.


ps. esqueci de escrever que na quarta-feira vi o Louis Walsh (se você não mora na Irlanda ou no Reino Unido, não sabe quem ele é) andando na rua, aqui pertinho de casa. (E sim, eu a-d-o-r-o The X-Factor, devo confessar.)


ps2. chorei muito com o episódio 14 de Lost ontem e com The Kite Runner. 

About Author

42 anos; brasileira que mora na Irlanda; mãe de um filhote de irlandês do cabelo vermelho e muito fogo na bunda, de uma pimentinha de olhos grandes e curiosos e de uma caçulinha que é só sorrisos.

4 Comments

  • Wagner, DUBLIN
    May 7, 2010 at 12:40 pm

    fiquei feliz em saber que vc voltou a ficar "inspirada" para escrever: sobre tudo.

    Reply
  • Cesar Bardo
    May 7, 2010 at 2:46 pm

    Oi moça linda!

    Também chorei vendo o último Lost! O motivo até tem a ver com esse seu último post!

    E por falar em Post, comentávamos Elio, eu e a moçada da Cultura o quanto você tem talento com as palavras! Bom demais te ler daqui! E aumenta um sentimento bom de saudade daquelas positivas que fazem a gente saber de quem é "constant" (no sentido Lost) nas nossas vidas, mesmo em tão breves passagens!

    Beijocas muitas!

    Reply
  • Heloisa
    May 9, 2010 at 2:42 am

    Oi, Níveaaaaaaaaa!

    Putz, concordo com o Césinha, vc manda mt bem.

    E o Claddagh…Putz, teve uma época em que eu estava pensando em tatuar um…Linda mesmo a simbologia.
    Quem sabe eu não ganho o meu tb =)

    Saudade de vc!

    bjo pros 2!

    Reply
  • Nivea Sorensen
    May 9, 2010 at 2:32 pm

    Helô e Cesinha,

    Mega saudades de vocês dois e do pessoal da Cultura Inglesa.

    Bjos,
    N.

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