Em 2021 eu quero escrever muito.
De ter tantas palavras que não cabem em mim e correm dos meus dedos para o teclado e dele para tela. De lotar esse blog com meus textos sobre tudo e nada. Sobre as pequeninices de todas as horas e as imensidões da vida. Um grande foda-se para a atual escassez de gente ainda blogando.
Não quero nem esperar o ano começar.
Daí eu estar aqui hoje, durante esse limbo que é a semana entre o Natal e o Ano Novo. Essa semana que eu nunca sei que dia é hoje. Quarta? 27? Já pode começar a beber ou ainda é de manhã? Vou almoçar agora mas já são 5 da tarde. Ainda tem peru? Mas gente, AINDA tem peru?
A intenção era fazer uma retrospectiva de 2020. Fui olhar minhas fotos no Instagram porque pensei que seria legal usar as fotos para me lembrar do que aconteceu no ano que passou (ou não passou ainda; já disse que não sei que dia é hoje?).
Vi lá Elena começando o ano de braço quebrado, depois comemorando o aniversário com uma festa em casa. Casa cheia de criança nessa idade linda que são os 5 anos. Um bando de criança de mil nacionalidades, crenças e idiomas diferentes (já falei que coisa bonita que é essa escola que meus filhos frequentam, onde nada se fala de um deus, mas muito sobre respeito a vários deles, e todo mundo é bem-vindo?). No mesmo mês de fevereiro comemoramos 10 anos de casamento com micro férias no melhor e mais bonito hotel que eu já vi na vida, no meu canto preferido dessa ilha tão linda que eu chamo de lar.
E dai pulamos para o nascimento do meu sobrinho e afilhado Gael, em Agosto. A-gos-to.
Pois é, postei pouquíssimas fotos no Instagram em 2020. Tão pouco que não é suficiente para lembrar o que ocorreu entre Fevereiro e Agosto. E mesmo depois disso tem ali meia dúzia de fotos do resto do ano.
E o que foi que houve entre uma coisa e outra? Eu te digo, teve o inicio de uma pandemia, mas isso você já sabe. Teve uma mãe focada no bem-estar da família e dela mesma, se exercitando e aprendendo a comer intuitivamente ao mesmo tempo que fazia homeschooling com 3 crianças e voltava a estudar. Perdi 10 quilos. Meditei e voltei a fazer ioga como nunca. Estudei sobre todas as deficiências e necessidades do meu filho mais velho, ensinei a do meio a ler enquanto a pequena aprendia seus primeiros fonemas. Aprendi a ser mãe de uma criança autista e lidei com cada pepino que só deixando para lá mesmo.
O mundo se encolhia lá fora e minha casa explodia vida. Foi tão imenso e intenso que eu não registrei. Pelo menos não no blog, não nas redes sociais.
Mas não teve só isso, teve o outro lado de uma montanha russa que eu descobri se dar por um transtorno bipolar. Na verdade, olhando agora, eu percebo que esses meses inicias da pandemia coincidiram com um período de mania (o oposto da depressão), um período super produtivo para mim mas que normalmente é seguido por exaustão e tristeza (e ganho de peso, no caso os 10 quilos que eu havia perdido). Um período que eu sempre achei ser o meu “normal”, mas que não é e nem nunca foi saudável.
Foi positivo no fim das contas porque com ajuda de terapia e de um novo psiquiatra (que só entrou na minha vida por causa da pandemia e do novo normal que colocou a telemedicina na nossa realidade) teve um diagnóstico e a possibilidade de trilhar um novo caminho com menos sofrimento.
Talvez o que tenha acontecido entre fevereiro e dezembro deva ficar só na minha memória mesmo. E tudo bem.
Esqueçamos a restrospectiva.
Tá mais do que na hora de move on. Eu estou pronta, e você?
N.
1 Comment
Leila Chacon
December 29, 2020 at 1:17 amOi Nivea! Apesar do ano difícil dá para perceber que importantes aprendizados e conhecimentos ocorreram como em relação a sua própria saúde . E vc se superou para ser mãe,professora,provedora do conforto da família e muito mais . Que venha 2021 mais leve, mais animado e cheio de esperança. Ah!!! E que venha com muitos textos neste blog para fazer a felicidade dos que lhe seguem. FELIZ ANO NOVO!