Toda vez que eu volto a escrever no blog depois de um período longo a primeira coisa que me pedem para escrever é sobre as crianças.
Então lá vai.
As crianças estão ótimas, felizes e saudáveis (tirando um vírus aqui, outro acolá, muito nariz escorrendo, algumas muitas noites sem dormir) e dando muito trabalho. Ou seja, tudo normal, porque se eu não quisesse ter trabalho eu tinha adotado uns peixinhos de estimação e não engravidado três vezes. Aliás, às vezes eu paro, olho para eles e me dou conta de que eu tenho três filhos, gente. Três!
Três é filho para caramba. Ainda mais para mim que jurava que não teria nenhum.
Quanto ao trabalho, bom, como eu disse, a gente acostuma. Há essas alturas eu já estou mais que descolada nesse negócio de maternidade e sei bem que sempre tem um ou outro dando muito mais trabalho, numa fase mais difícil, mas que passa (o que não quer dizer que a gente não chore e não surte e não queria desaparecer de vez em quando).
Logo que minha mãe foi embora de volta para o Brasil no início do ano nós estávamos numa fase danada de ruim. Lia praticamente acoplada à mim, sem conseguir ficar sozinha por 30 segundos sem abrir o berreiro, acostumadíssima a dividir cama com um adulto (dividiu comigo enquanto estávamos no Brasil, depois passou praticamente três meses dormindo agarrada à minha mãe). Elena, que já estava desfraldada, se recusava a usar o banheiro para fazer cocô. Pedia para ir, não fazia força, não tentava de fato e depois fazia na calça quando não conseguia mais segurar. Em alguns dias nós passávamos o dia inteiro correndo para o banheiro sem sucesso, só para depois ter que trocá-la de roupa e lidar com a sujeira toda. Além disso ela não comia nada. Nada. Nem iogurte, nem fruta, nada. Some-se a isso o fato de que ela não dormia uma noite sequer na cama dela e acabava sempre vindo para nossa (já super populada com a presença da Lia). Enquanto isso Erik começava a dar sinais de que aquele fogo na fralda todo que eu sempre falei por aqui poderia ser algo mais sério (suspeitamos de TDAH – transtorno de déficit de atenção e hiperatividade – mas isso é assunto para outra conversa).
Com o tempo as coisas foram se ajeitando até chegar o ponto das meninas estarem dormindo cada uma na sua cama, Elena usando o banheiro sem problemas e voltando a comer, pelo menos um pouco. Quanto ao Erik, bom, como eu disse a gente bate um papo sobre isso uma outra hora porque nossa suspeita ainda permanece.
Proporcional ao trabalho é a sorte que eu tenho nessa vida, porque além de marido que de fato divide todas as obrigações, eu tenho a Olivia que continua aqui com a gente duas vezes na semana.
Voltando às crianças, estamos assim hoje:
Lia, 14 meses, 4 dentes e meio, pouco cabelo, se equilibra em pé, dança sem apoio, mas andar mesmo não anda. Ficou bem doentinha nos últimos dias e voltou a querer ficar grudadinha na gente. Faz tchau, bate palma, joga beijos, quer comer sozinha e não é a mais risonha dos bebês.
Elena, completa 3 anos essa semana, um monte de dentes na boca e cachinhos na cabeça. Continua super extrovertida, vive dançando e cantando. Começou a pré-escola no início do ano. Vai todos os dias, por três horas diárias, mas apesar de pedir para ir e não chorar na entrada tem chorado no final do período pedindo para voltar para casa. Não falava quase nada de português até a estadia da minha mãe aqui, mas tem aumentado o vocabulário e muitas vezes me surpreende falando alguma coisa que eu nem sei de onde ela tira. Dos três, é quem dá mais trabalho para dormir (quase sempre se recusa a ficar na cama e quando fica acorda a noite inteira pedindo para ir ao banheiro, para tomar agua, para gente arrumar a coberta que está torta, ou qualquer motivo que ela encontre para tirar a gente da cama).
Erik, 6 anos e 9 meses. Vai bem na escola mas tem dificuldade de concentração e às vezes faz uma ou outra travessura na hora do intervalo. Adora ler e tem lido cada vez mais e melhor. Não tem nenhuma aptidão ou gosto para nenhum esporte ou atividade física, pelo menos por enquanto, e gosta mesmo é de video-game. O inglês continua sendo a língua dominante mas ele mostra que apesar do sotaque, dos erros de gramática ele consegue se comunicar em português e tem se esforçado muito ultimamente (principalmente claro, desde que minha mãe ficou conosco). Na hora de dormir é a melhor criança do universo. Vai para cama cedo, lê sozinho até adormecer e dorme a noite inteira, por 11 horas (se seu filho não dorme não me jogue praga, porque 1 – bate e volta; e 2 – eu já pago meus pecados com as meninas).
Quando os três estão juntos, brincando e rindo eu juro que poderia ter mais uns três, fácil. Tenho vontade de botar todos no colo, apertar e cheirar muito. Quando estão dormindo, então, dá até saudade.
Ainda bem que em todos os outros minutos do dia eles estão fazendo o que não deviam, brigando, gritando, chorando e/ou se estapeando.
Nesses momentos, ó, a gente dá é graças pela aquela vasectomia. Porque três é bom, mas é demais. Pelo menos para mim.
N.
3 Comments
Ana Paula
January 30, 2018 at 6:23 pmTe acompanho no stories e vejo a rotina com os três!
Eu tenho duas meninas (6 e 3 anos), e não me imagino tendo um terceiro filho… São demandas infinitas! Não dou conta! rsrsrs
Lendo seu post me lembrei de um ator, Timothy Olyphant, que tb tem três filhos (hoje adolescentes). As entrevistas dele falando dos filhos sao engraçadas. Ele diz que um já é demais, que o problema do terceiro é que já tem os dois primeiros e que de madrugada ele e a mulher dele parecem pastores de ovelhas… kkkkkk Só quem tem entende!
Luciene Asta dos Santos
January 30, 2018 at 7:34 pm“se seu filho não dorme não me jogue praga, porque 1 – bate e volta; e 2 – eu já pago meus pecados com as meninas” ==> dei muitas risadas !!!!! mas eu te acompanho no stories e sei que é verdade, voce já paga seus pecados hahahahaha
BA MORETTI
June 23, 2018 at 11:12 pmchegando agora nesse blog e já amando a primeira leitura HAHA ♥ e seus filhos são lindos demais! 🙂