Na loteria

Voltávamos de Killarney há alguns dias atrás conversando no carro, I. e eu.

E. estava quieto no banco traseiro ouvindo baby mozart e fazendo desenhos com lápis de cor (mentira, ele assistia a Galinha Pintadinha pela 53? vez consecutiva).

Nós aproveitávamos a calmaria e fazíamos planos para o futuro. I. me contou que vai parar de trabalhar das 9 às 6, talvez virar sócio da empresa onde trabalha e escolher os projetos mais interessantes para fazer parte. Eu vou investir de verdade na carreira de doceira (estudar e abrir a minha própria loja). I. vai fazer todo o design da marca.

Eu vou contratar funcionários (para a casa e para a doceria), mas vou continuar tomando conta do babóg.

Vamos comprar uma casa em Dublin, em Ballsbridge bairro onde moramos hoje. Três quartos, um escritório para mim, outro para I., um jardim lindo. E outra em Killarney para passar metade do ano.

Vamos comprar também um apartamento em São Paulo. Vou escolher um de pé direito muito alto em Higienópolis. Vou ser vizinha do Efeagácê nas férias porque eu acho chique.

A casa de Killarney vai ter uma biblioteca enorme.

Tudo decido, ao chegarmos em Dublin, paramos para comprar o bilhete de loteria na certeza de que a gente ai ganhar. Só faltava isso.

E ganhamos.

Pena que foram só 3 euros.

N.