Aleluia

Feriado prolongado na Irlanda. Sábado de aleluia. Dia de muito sol. Dia de comemorar 10 dias de vida.

I. voltou ao trabalho na quinta-feira mas só por um dia. Por essas bandas sexta-feira santa não é feriado oficial, algumas empresas trabalham, outras não, mas por sorte a dele resolveu brasileiramente optar pela emenda. Ou seja, ele ganhou um fim-de-semana de quatro dias, o que vamos combinar, por aqui é raridade.

Sorte dele que pode ficar em casa lambendo a cria, e minha, já que com ele em casa minha única tarefa é amamentar. Parece coisa pouca, mas deveria ser trabalho remunerado, isso sim.

Aliás, o trabalho que dá não está nos livros, nem nos posters das campanhas pró amamentação. A verdade é que eu ando exausta e mal tenho aguentado as noites em claro.

E aí quando não consigo dormir de dia, fico mal humorada, acabo brigando com I., e sinto falta de fazer qualquer outra atividade que não seja amamentar.

Não que eu não goste de fazê-lo. Pelo contrário, não me causa dores, meus seios não estão rachados, e eu faço por prazer e não obrigação. Mas preciso admitir que às vezes me sinto muito cansada.

Não sei se tenho deixado aqui a impressão de que tudo tem sido flores. Não tem. Pelo menos não todo o tempo.

Por isso mesmo hoje resolvemos sair pela primeira vez. Não só para que E. tomasse um pouco de sol, mas para que eu visse vida fora do meu apartamento. Afinal, desde que saímos do hospital que eu não saio na rua.

Caminhamos só um quarteirão, até o Starbucks.

Tomei meu white mocha com cheesecake e vi gente. Gente de passagem, gente lendo o jornal do dia, gente pequena e gente grande a caminho da exibição de Star Wars no RDS. Vi os irlandeses loucos com o calor. Vi sol. Vi vida.

Voltei para casa me sentindo outra pessoa. Feliz e grata pelos 10 dias mais insanos da minha vida.

Bom sábado de aleluia para você!

N.