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Diário

Às quartas

Sempre odiei quartas-feiras. Aquela coisa meio-de-semana de quem trabalha e não vê a hora de chegar a sexta-feira. Ô atraso de vida (malditos protestantes e sua lógica capitalista).

Hoje as quartas são mais um dia, como outro qualquer. Tudo igual. Just another day, Sir Paul McCartney. Isso desde que parei de trabalhar para trabalhar em casa sem salário, nem muito obrigada (ah, e eu que boba que achava que trabalhando umas sessenta horas por semana estava trabalhando demais?). Aliás, não pode falar que quem trabalha em casa trabalha muito mais porque as pessoas que “trabalham” se doem, ou acham que a gente tá reclamando (às vezes estamos, às vezes estou só constatando um fato). Então não vou falar, e se você ouvir não fui eu quem falei.  Tá falado.

Mas agora às quartas-feiras nós vamos ao centro. Lá mesmo na muvuca da zona norte. Não pode falar que a zona norte (do centro de Dublin mais especificamente) é uma muvuca cheia de gente que fala estranho (pessoas, yous no plural é feio mesmo, pronto falei (vixi, podia ter falado?), que anda estranho, se veste estranho e tal. Eu não falo nada disso, nem mesmo sozinha, que eu sou wanna-be-politicamente-correta.

Mas voltando as quartas, que eu também posso chamar de “ontem”, nós vamos ao centro para a aula de capoeira que Erik e Elena vem fazendo. Eu diria que estão fazendo há um bom tempo, mas na verdade já teve pandemia e lockdown 1, lockdown 2,  e já perdi a conta de quantos lockdowns foram e quantas vezes as aulas pararam e retomaram. E tem também as aulas perdidas porque ou eu estava no hospital, ou Ian filmando, ou o trânsito impediu.

Fato que eles perderam (e perdem) muitas aulas; que é um horário horrível (5 da tarde) e num local horrível para chegar e para estacionar (zona norte do centro de Dublin não tenho mais paciência para ti) mas eles amam. Erik, que já tentou tudo que é atividade física que você conseguir imaginar e não suportou nenhuma, se encontrou na tal da capoeira.

E vamos combinar que é capoeira é um negócio bonito demais de se ver (e imagino, de jogar, lutar, praticar, dançar) e tão cheio de significado que eu ficaria aqui por horas e horas escrevendo sobre (vive em mim uma historiadora ainda que fora de forma).

Lia ainda é pequena para participar então ontem aproveitamos que tínhamos uma hora para matar e fomos dar uma caminhada ali pela O’Connell e a Henry Street.

O centro pode não ser meu lugar favorito da cidade mas tem lá um quê de novidade para a pequena que nem se lembra da última vez que tinha andado por lá. Tem um quê de nostalgia para mim também que circulava bastante por lá antes de nos mudarmos para Swords.

Procurei pela aquela loja de materiais de costura que existia por ali mas não encontrei. Fechou por causa da pandemia, acho eu. A Debenhams fechada também. A Next já estava ali antes? Acho que de resto tudo igual.

Lia olhou a Spire and constatou que é a “maior coisa que ela já viu na vida”, depois enlouqueceu na Lush onde compramos bath bombs e saiu de lá dizendo que aquele era “o melhor dia da vida dela”.

Antes de vir para casa passamos no McDonalds para que eles pudessem jantar no carro antes de chegar em casa, tomar banho e dormir, exaustos.

Ian e eu ainda terminamos a noite com futebol, cerveja e comida indiana.

Delicia de quarta-feira.

N.

About Author

42 anos; brasileira que mora na Irlanda; mãe de um filhote de irlandês do cabelo vermelho e muito fogo na bunda, de uma pimentinha de olhos grandes e curiosos e de uma caçulinha que é só sorrisos.

2 Comments

  • Luciana
    July 8, 2021 at 8:59 pm

    Que bom que voltou a escrever……Adoro seus textos!! bjos Luciana

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  • Larissa
    July 28, 2021 at 9:57 pm

    Já falei que amo seu blog? ❤️

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