Menu
Meu babóg

Aos 3 anos (e 4 meses)

e

Insiste que não precisa falar português porque mora na Irlanda.

O português, aliás, está limitado a algumas palavrinhas do dia-a-dia (apesar de ele compreender tudo, já que eu continuo só falando português) mas o inglês se desenvolve a passos gigantescos e ele fala sem parar. Não são mais palavras ou frases isoladas, ele é realmente capaz de manter uma conversa e expressar alguns sentimentos, contar histórias e argumentar.

Tem resposta para tudo.

Quer saber porque precisa lavar a mão depois de usar o banheiro se ele não molhou a mão com xixi (mas me policia se eu não lavar).

Diz que precisa tomar água depois de fazer xixi porque a barriga fica muito seca.

Diz que fazer cocô deixa ele muito cansado e com muita fome.

Está todo orgulhoso porque agora está na sala dos meninos grandes na escola/creche (ele começa a pré-escola agora em setembro mas já tem frequentado às aulas para se adaptar) e quer fazer tudo sozinho porque é “grande e forte”.

Passou pela última consulta de desenvolvimento na clínica pública e como sempre mostrou que está saudável e bem esperto. A enfermeira até elogiou o desenvolvimento da fala dizendo que é surpreeendente para uma criança criada num ambiente bilingue. Foi capaz de ficar num pé só, de pular, de construir pontes e torres com blocos de madeira, reconhecer a diferença entre grande & pequeno, quente & frio, nomear objetos e dizer para que eles servem e desenhar as figuras solicitadas. Tudo normal para a idade dele.

Está dando trabalho para comer e algumas noites tem vindo parar na nossa cama (diz estar com medo).

Continua bastante sociável, adora brincar com outras crianças, divide os brinquedos e não bate, morde ou briga, pelo menos por enquanto.

Gosta de brincar de faz-de-conta: ele é a mamãe e e eu o filho; ele é o vendedor e eu a cliente; ou somos princesas (não achei necessário dizer que ele é menino e que meninos são príncipes).

Diz que é meu melhor amigo.

Cada dia que passa parece ter mais energia para gastar. Sobe nas coisas, corre, está sempre procurando o que fazer e não gosta mesmo de ver televisão ou qualquer atividade que exija que ele fique parado. Estou constantemente dando uma bronca por causa da sujeira, da bagunça ou por ele estar fazendo algo que não deve. Percebo cada vez mais a existência de um menino dentro de casa.

Também deu para ter ataques de fúria quando contrariado, o que tem feito dessa fase a mais difícil de todas.

Me cansa horrores, me estressa (estou tomando medicação porque o médico ficou preocupado com os riscos que isso pode trazer para o meu bebê), exige uma paciência que eu tenho tido dificuldades de encontrar mas é também a maior alegria dessa vida.

Tão grande que estou louca (e deve ser literalmente) para começar tudo de novo.

N.

PS. Vale dizer que por mais trabalho que ele tem dado, meu nível de estresse, e a consequente necessidade de medicação, é causada pela minha sensibilidade hormonal agravada pelo fato de ter tido duas gestações quase que seguidas (a primeira delas gemelar), e não por causa do meu filho.

About Author

42 anos; brasileira que mora na Irlanda; mãe de um filhote de irlandês do cabelo vermelho e muito fogo na bunda, de uma pimentinha de olhos grandes e curiosos e de uma caçulinha que é só sorrisos.

22 Comments

  • Natália
    August 26, 2014 at 5:45 pm

    Aqui na Bahia seria um típico “minino retado”! Na expectativa de ler vc descrevê-lo como irmão mais velho!
    Bjs

    Reply
    • Nivea Sorensen
      September 4, 2014 at 12:33 pm

      Difícil de imaginar ele como irmão mais velho, Natalia x

      Reply
  • Priscila
    August 26, 2014 at 5:59 pm

    Ele e um garoto fofo e muito simpático! Adoro ler suas histórias com ele e essa fase todos tem viu! A minha e menina e as vezes só Deus viu kkkkkk! Mas adorei essa parte de ser seu amigo a
    Mari fala isso tb e adoro!! Beijos e saudades

    Reply
  • Martha
    August 26, 2014 at 6:24 pm

    Nivea, ele é apaixonante… E de uma energia, que cansa só de falar, né?! A minha esta na mesma fase, mais pelo menos se distrai com os Filmes.. o que me da um suspiro..
    Adoro vc descrevendo como ele responde tudo em inglês mesmo vc falando em português.. e como ele brinca sem fazer distinção de príncipe e princesa… lindo, lindo!!!
    Mas ó.. paciência tbm não esta sendo o forte por aqui não.. e para testar todos os meus limites, A minha tbm está na fase das mais difíceis com birras e respostas prontas..
    Tão cansativo e estamos de cabeça para deixar ainda mais divertido a brincadeira!!!

    bj grande em vcs!!!

    Reply
    • Nivea Sorensen
      September 4, 2014 at 12:34 pm

      Oi Martha, super obrigada e beijos pra vocês também.

      Reply
  • Dani Rabelo
    August 26, 2014 at 6:36 pm

    Nívea, essa fase não é mesmo fácil! Posso dizer que achei muito mais difícil com 3 anos e 2 meses (4 ou 6 meses) do que os “terrible two” que nem vi passar por aqui!

    Exigem muito da nossa paciência, da nossa dedicação e, estando grávida é ainda pior, pq o ânimo não é o mesmo, o humor é diferente, o cansaço é praticamente mortal!!!

    Não é fácil!! E menino deve ser mais complicado do que menina, na maioria das vezes (não todas, entendo), então, siga firme e forte e peça ajuda quando precisar. Todas precisamos, né? E não é por “culpa” dele, nem tua, nem de ninguém. É só a vida que é assim mesmo, tem dias que estamos ótimas e dias em que não nos sentimos 100%.

    Beijos grandes!

    Reply
    • Nivea Sorensen
      September 4, 2014 at 12:35 pm

      Igual aqui, Dani, os dois anos foram fáceis perto disso x

      Reply
  • Fabiane
    August 26, 2014 at 10:16 pm

    Já estava com saudades de ler sobre os pensamentos do E…Já disse antes e digo novamente, como pode ele agrupar tão bem os dois idiomas? Fico maravilhada ao ver ele respondendo inglês o que escuta em português, parece tão simples.

    “Diz que fazer cocô deixa ele muito cansado e com muita fome.” foi a melhor parte e eu ri muitoo.

    Bjs para vocês

    Reply
    • Nivea Sorensen
      September 4, 2014 at 12:36 pm

      Pra ele são duas linguas nativas, Fabiane x

      Reply
  • kel
    August 26, 2014 at 10:58 pm

    Que fofura, lindeza 🙂

    Reply
  • Ingrid
    August 27, 2014 at 2:35 am

    Mesmo que alguns momentos nao sejam os mais faceis, nao tem como nao morrer de amores por esse ruivinho, ne? Tambem nao vejo a hora de voce descreve-lo como irmao mais velho. *-*
    Adorei a parte de que fazer xixi deixa a pessoa com a barriga seca e me derreti com ele dizendo que e’ seu melhor amigo, own! <3
    Beijos (e paciencia!).

    Reply
  • Cintia Romano
    August 27, 2014 at 12:16 pm

    Ah, ele está tão lindo! Sem contar que eu acho ele a sua cara, a sua versão ruiva 🙂
    E esses registros são muito legais, imagino que ele vai adorar ler isso daqui uns anos!

    Reply
  • Bárbara Hernandes
    August 27, 2014 at 9:44 pm

    Ah, que lindo! E super esperto, né? Não sei de onde eles tiram essas coisas, tipo essa do xixi deixar a barriga seca! 🙂

    Reply
  • Marcela
    August 28, 2014 at 2:58 pm

    Ah, o jeito que você cria seu filho sem focar em estereótipos de “coisas de menina” e “coisas de menino”! <333

    Reply
    • Nivea Sorensen
      September 4, 2014 at 12:43 pm

      Pra que complicar, né? Deixa ele ser princesa, vou dizer que não pode? x

      Reply
  • Didi
    September 2, 2014 at 1:12 pm

    Arthur também está numa fase bem difícil. Bem rebelde. Bem mandão. Bem birrento. Bem desobediente. Difícil. Mas a escola indicou 3 caminhos:
    1 – dizer o que vai acontecer e dar pequenos intervalos (por exemplo, daqui a pouco vai tomar banho e vai avisando quando a hora chegar e dizer tuuuudo que vai fazer: chegar em casa, tomar banho, jantar, brincar e dormir) para facilitar quando tiver que obedecer o comando
    2- ignorar solenemente quando der um escândalo (e sair do mesmo ambiente)
    3 – conversar, conversar e conversar para mostrar que pitis não são bem vindos.
    Enfim, até comecei um post sobre isso, mas ainda me falta tempo pra terminar.
    beijos e boa sorte

    Reply
    • Nivea Sorensen
      September 4, 2014 at 12:44 pm

      Didi,
      A gente segue esse mesmo esquema aqui, Didi. Mas olha, quando acontece 50 vezes no dia, fica quase impossível suportar. x

      Reply

Leave a Reply