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Gravidez / Vida na Irlanda

Gravidez 2.0

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Minha barriga enooooooorme desmente, mas estamos hoje na 16a semana da minha segunda gestação. A data prevista de parto é o dia 2 de Fevereiro mas eu acho que nasce antes do final de Janeiro.

Além do post em que eu contei a novidade (link aqui) não tenho falado sobre o assunto no blog. Aliás, começo esse texto sem saber exatamente onde quero chegar ou se pretendo escrever sobre isso semanalmente (veremos).

A verdade é que me sinto muito diferente dessa vez, comparado à gravidez do E. e da última, que terminou num aborto retido antes do final do primeiro trimestre. Dessa vez eu não soube de cara que estava grávida, como da última vez, nem demorei meses para saber, como aconteceu quando esperava o E. Descobri no início, com 4 semanas mas só porque minha menstruação atrasou um dia e achei melhor confirmar porque íamos sair de férias. Os primeiros sintomas demoraram a aparecer e a vontade de espalhar a novidade idem. Pelo contrário, senti a necessidade de ficar quieta e não falar no assunto. Não que não estivesse feliz.

Ao voltarmos das férias comecei uma fase de enjôos que ainda não tinha experimentado em nenhuma das gestações. A exaustão também apareceu e não consegui mais acordar cedo para ir à academia, muito menos ir à noite depois de I. chegar do trabalho. Tive muito sono e muito mal-estar, além de altos e baixos com sintomas de depressão (mas em menor escala do que da gravidez gemelar) Toda minha alimentação saudável foi para o espaço. Tudo o que eu queria e conseguia comer era pão, bolachas ou massas. Basicamente qualquer carboidrato pobre e só. Todos os legumes e verduras foram abolidos da dieta junto com qualquer tipo de carne ou peixe, o que só contribuiu para que eu me sentisse cada vez mais cansada fisicamente.

Com 9 semanas fizemos uma ultrassonografia no hospital, o que é padrão depois de um aborto. Essa ultra confirmou a viabilidade da gravidez e a existência de um único feto. Algumas semanas depois ouvi os batimentos cardíacos na primeira consulta com o GP (apesar de ele ter insistido que não ouvíriamos nada porque ainda era muito cedo) e logo em seguida o término do período mais critico me deixou mais tranquila. Por essa razão optei por não fazer outra ultrassonografia antes de espalhar a notícia da gravidez. Foi uma sensação estranha de não estar segura, mas de não querer controlar demais as coisas.

E assim, sem muito controle as coisas seguem.

Desde então passei por outra primeira consulta, dessa vez na clínica com uma das parteiras. I. foi comigo e conversamos por um longo período de tempo, sobre como foi minha gestação, parto e pós-parto do E., minhas dificuldades com a amamentação, o aborto, meu histórico de depressão e sobre como queremos que as coisas caminhem dessa vez.

Saí de lá muito feliz e muito animada com a possibilidade de um parto com menos intervenções do que meu primeiro. As indicações da parteira foram de retomar as atividades físicas, começar aulas de yoga e uma lista de leituras para me preparar para o parto, tanto fisica como emocionalmente. Ela também entrou em contato para mim com o psiquiatra da materninade para agendar uma consulta de acompanhamento e marcamos nossa próxima visita que vai acontecer na minha casa mesmo, só no final de outubro.

Meus enjôos já passaram (mas continuo não me alimentando bem porque não consigo engolir nada muito saudável, com exceção de frutas) e aos poucos estou recomeçando a me exercitar com moderação. Semana que vem inicio a yoga para grávidas.

No próximo mês tenho consulta com o GP (que vai verificar minha pressão, peso, urina e ouvir os batimentos cardíacos) e a ultrasonografia morfológica no hospital, além da consulta com o psiquiatra.

Até lá esse é um período em que muito pouco acontece, daí a a ausência de qualquer novidade sobre o assunto por aqui.

A ansiedade, até agora, não deu as caras. Foi bastante natural esconder a gravidez até o final das 12 semanas. Não sabemos se temos um menino ou menina na barriga. Não temos nomes escolhidos. Não comprei absolutamente nada para o bebê. E acredito que isso vai continuar assim até o nascimento.

E. está super contente apesar de não saber exatamente o que vem pela frente. Ele continua obcecado em conversar com a minha barriga e brincar de médico (quer fazer ultrassom e ouvir os batimentos cardíacos do bebê a toda hora). As conversas são sempre uma graça de se ouvir, ele diz que ama o bebê, que vão ser melhores amigos, mostra seus brinquedos, canta e sempre conta como foi o dia dele. Se perguntado, ele diz que é uma menina que vive na barriga, mas continua chamando o bebê de “my brober“, já que brother ele não consegue pronunciar.

Como eu disse anteriormente, é uma sensação diferente dessa vez. Talvez por não ser a primeira gestação, talvez por já ter passado por um aborto, talvez por ter mudado tanto depois do nascimento do E., ou talvez pela soma de todas essas coisas, estou infinitamente mais tranquila agora. Estou até sem a minha costumeira pressa, querendo aproveitar esses últimos meses com meu filho único e com a barriga que deve também ser a última.

Será que essa calma toda dura e me acompanha por todas essas 40 (ou mais) semanas? Oremos.

N.

About Author

42 anos; brasileira que mora na Irlanda; mãe de um filhote de irlandês do cabelo vermelho e muito fogo na bunda, de uma pimentinha de olhos grandes e curiosos e de uma caçulinha que é só sorrisos.

18 Comments

  • Fernanda
    August 18, 2014 at 4:20 pm

    E teremos bolão de nascimento desta vez? 😀

    Reply
  • Dai
    August 18, 2014 at 4:42 pm

    Opa, contentário pela metade. Lindo relato, fiquei imaginando E. conversando com a barriga e com o bebê e como deve ser lindo ver isso. Quando nós veremos? Bjs carinhosos.

    Reply
  • Cintia Romano
    August 18, 2014 at 6:30 pm

    Oi Nivea, curta muito a barriga e o filho único. Deve ser uma delícia ouvir o pequeno falando essas coisas tão lindas 🙂

    Reply
  • Fernanda Brison
    August 18, 2014 at 6:54 pm

    Vai continuar dando tudo certo, se Deus quiser!
    Boa gestação, muita saúde para o (a) bebê e muita alegria pra você.
    Abs,

    Fernanda

    Reply
  • Bárbara Hernandes
    August 18, 2014 at 9:35 pm

    O E. acha que é menina mas chama de “brober”? rs
    Deve ser fofo ver ele falando com a barriga e tal… curta esses momentos! 🙂

    Reply
  • Natália
    August 18, 2014 at 9:45 pm

    Uau, como queria “encontros com parteiras” por aqui também! E que coisa mais linda essa conversa do E. com o(a?) irmão(a?)!
    Saúde pra vcs!
    bjs

    Reply
  • Fabiane
    August 18, 2014 at 10:57 pm

    Que lindo essa sintonia do E. com a barriga, que assim permaneça e que você tenha uma gestação tranquila, assim como deseja! Bjs x

    Reply
  • Bruna Dalfré
    August 21, 2014 at 1:12 am

    Estou feliz por vocês!
    A data precista do meu é 29 de janeiro, pertinho hein?!
    Está preocupada com a rotina em dobro?
    Continue nos informando, beijos e muita saúde para esse novo baby!!

    Reply
    • Nivea Sorensen
      September 4, 2014 at 12:52 pm

      Super perto, Bruna! Estou preocupada sim, acho que é normal, né? x

      Reply
  • Sarah
    September 12, 2014 at 1:30 pm

    Oi Nivea, eu de novo!
    Vim saber mais sobre sua nova gestação e encontrei esse post. Minha DPP é 3/fevereiro mas também acho que nasce no final de janeiro. Estamos gêmeas de gravidez! 🙂
    Meus sentimentos estão parecidos com os seus. Mais tranquilidade, não há aquela ansiedade toda que vivemos na primeira vez. Só agora, na metade do caminho, estou mais curiosa pelo sexo do bebê.
    Vamos torcer pra essa calma toda nos acompanhar até o final! 🙂
    beijo

    Reply
    • Nivea Sorensen
      September 12, 2014 at 3:00 pm

      Que legal, Sarah! Será que a gente acerta a previsão que eles nascem antes? Eu ainda estou tranquila quanto ao sexo. x

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