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#100happydays / Pretensões e Desabafos

Dá para ser feliz por cem dias?

Depois de 14 semanas inteiras sobraram dois dias do projeto #100HappyDays, que terminou assim:

Dia 99, Quinta-Feira – Aquele dia que não deu tempo MESMO de ir à academia mas a gente aproveita para ver a novela na ergométrica (e como eu não sei fazer só duas coisas ao mesmo tempo, leio uma revista também).

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Dia 100, Sexta-Feira –  Achei bastante sintomático que o momento mais feliz do meu último dia no projeto tenha sido na sessão de terapia. Teve uma época que eu tinha até certa vergonha de dizer que fazia, hoje além de achar muito mais normal do que não fazer, já não ligo para o que vai se pensar. Eu disse quando publiquei a foto que terapia não era para qualquer um, e não é mesmo. Passar uma hora com um aparente desconhecido, despida de qualquer proteção emocional é para quem tem muita coragem e vontade de melhorar. Eu tenho. Tenho certeza de que a criação cheia de afeto que eu dou para o meu filho, completamente diferente da que eu tive, vem do fato de eu ter enfrentado meus problemas. Não é fácil e não é para ser. Incontáveis vezes eu saí dessa sala em prantos. Mas eu sempre volto e volto sempre mais leve.

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Para quem acha que eu tenho resposta para a pergunta do título eu respondo que não. E não era sobre isso o projeto. Era sobre encontrar algo positivo durante esses cem dias. Era olhar para aquele dia nada feliz e perceber que em algum momento você fez algo que te trouxe um sorriso, um alivio, que te trouxe claridade. É perceber que a vida vale a pena e o outro dia é sempre um outro dia. Ninguém é feliz o tempo todo mesmo porque se todos fossem, como iríamos definir felicidade? Não existe dia sem noite, luz sem escuridão, já se diz por ai.

Para mim, em especial, foi a chance de seguir em frente depois de uma situação muito triste. Talvez a mais triste que eu tenha passado nos últimos anos. Eu precisava olhar ao meu redor e ver um pouco além do luto.

Fiz de coração aberto e fiz sem desistir. Só um dia acabei indo para a cama sem postar a foto (que tinha sido tirada), por cansaço. Todas as fotos foram tiradas no dia da publicação e não forcei nenhuma situação para criar uma foto. Procurei fotografar pequenas coisas que me deixam feliz normalmente (daí a quantidade de fotos do meu filho, do meu tempo sozinha e de comida), talvez por isso tenha achado fácil completar o projeto.  Como eu disse, nem todos os dias foram felizes, claro que não.

Ao final me restou uma sensação boa. Reflexo de uma coisa que do fundo do peito eu sei: que a minha vida é linda, que eu tenho muita sorte e que sou muito feliz.

Quase todos os dias.

N.

PS. Dei inicio pelo Instagram ao #365HappyDays (mas que não vai virar post no blog). Tenho feito de maneira bem light (tirei uma pausa de uma semana nas férias porque estava sem celular e não tenho a obrigação de postar diariamente, se esquecer esquecido está) mais uma vez como um exercício de reflexão para mim mesma.

About Author

42 anos; brasileira que mora na Irlanda; mãe de um filhote de irlandês do cabelo vermelho e muito fogo na bunda, de uma pimentinha de olhos grandes e curiosos e de uma caçulinha que é só sorrisos.

14 Comments

  • Thais Bessa
    June 25, 2014 at 5:11 pm

    Olha, eu tb acho estranho não querer fazer ou dizer que não precisa de terapia. Foi o que me ajudou a vencer duas crises fortes do meu TOC. Eu quero voltar, mas aqui é bastante caro e sempre acabo priorizando outros gastos. Mas ainda preciso bastante, esses dias estava conversando com meu marido uma questão de infância que preciso elaborar (ele: “I can help you!”, bless him) e tb preciso me decidir sobre adoção, e acho que terapia vai ajudar a decidir meus sentimentos conflitantes sobre o tema…

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    • Nivea Sorensen
      June 25, 2014 at 5:18 pm

      Thais,
      Aqui é caro também, mas eu faço de graça através do programa de treinamento de uma faculdade. Meu terapeuta de agora (eu troquei algumas vezes por ter parado e voltado) é disparado o melhor que eu já tive e quem mais me ajudou, apesar de ainda não ser formado. Agora o serviço vai ser fechado e eu ainda não sei como fazer, já que pagar semanalmente não cabe no nosso orçamento.
      Eu quero adotar, antes era um sonho, agora já é um plano para começar a por em prática na minha próxima ida ao Brasil ano que vem.
      x

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  • Sandra Dantas
    June 25, 2014 at 9:13 pm

    Nivea,
    Sem saber, sem me conhecer, você me inspirou de muitas maneiras…
    E agora me inspira com mais um projeto, o #100HappyDays.
    Há uma semana atrás, quando cheguei até você, através da Tarsila Kruse, quando postou no instagram a nova ilustração do seu Blog, eu nem pensei duas vezes e passei por aqui. Desde então, não te larguei mais. rs
    Também já escrevi minha Letter for my future self, a lista de 101 coisas em 1001 dias, iniciei o 30 Day Song Challenge e já providenciei o meu exemplar de One Day de David Nicholls. Isso porque, no último fim de semana, eu resolvi começar do começo. Agora estou em 2011, na sua 33ª semana de gravidez do Babóg.
    Seu Blog é maravilhoso, o E. um encanto! Ai meu Deus, como ele é fofo. Talvez eu tenha curtido todas ou quase todas as fotos dele no Instagram (me desculpe por isso), mas não resisti! rs
    As fotos que eu deixei de curtir foi justamente quando eu me dei conta que você ia receber um número considerável de coraçõezinhos na tela no seu IG. hihihi
    Conhecer a Irlanda é um sonho antigo, enquanto esse dia não chega, em cada pesquisa que faço, ela me surpreende com histórias lindas e pessoas maravilhosas…
    Que prazer te conhecer, meu nome é Sandra Dantas.

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    • Nivea Sorensen
      July 1, 2014 at 9:10 am

      Ah, Sandra…. Que coisa linda. Fiquei emocionada. Espero que um dia você realize seu sonho e a gente se conheça pessoalmente.
      Um beijo

      Reply
  • Camila Lins
    June 25, 2014 at 11:31 pm

    Nivea,

    Esse desafio é realmente para refletirmos sobre os pequenos momentos de nossos dias. Parabéns por ter concluído.
    Eu, que já te sigo há algum tempo, estou me formando em Psicologia e achei muito bonito o que você disse sobre a terapia. Siga em frente, você está muito bem!

    Beijos!

    Reply
    • Nivea Sorensen
      July 1, 2014 at 9:13 am

      Obrigada, Camila. Sua profissão é absolutamente incrivel, parabéns pela escolha. x

      Reply
  • Priscila
    June 26, 2014 at 1:28 am

    E isso aí Nivs, a vida e linda mesmo e vc uma mulher exemplar!!! Beijos e saudades

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  • Ana Luísa
    June 26, 2014 at 5:43 pm

    Ei Nívea! 🙂
    Também li o post todo, bem como acompanhei seu projeto 100 happy days no instagram. E quer um segredinho?? Também brinquei disso porque vi você fazendo e achei legal, hahaha!
    Obrigada pelo comentário no meu blog! Que bom que gostou, eu escrevo o que dá na telha mesmo!
    Gostei do seu ponto de vista sobre o projeto. Escrevi, na época que terminei, um ponto e vista sobre também. De uma forma ou de outra, acho que ele sempre faz com que pensemos um tanto acerca dessa questão da felicidade, né??
    Beijo!

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    • Nivea Sorensen
      July 1, 2014 at 9:28 am

      Ana Luisa, não li o seu, vou passar por lá depois.
      x

      Reply
  • Liza
    June 27, 2014 at 12:09 pm

    Parabéns por ter concluido, Nivea. Adoro te ler e acompanho esse teu projeto pelo Instagram. Agora é acompanhar o próximo… A vida é feita de momentos felizes e esses momentos aparecem até nos dias mais tristes das nossas vidas, a gente só precisa saber identificá-los, ne?

    Beijao!

    Reply
  • Joana
    July 16, 2014 at 2:20 pm

    Fazer terapia não é fácil, e no final de cada sessão uma pessoa até se sente mais frágil do que estava antes da sessão, mas a longo prazo ganhamos outras formas de encarar as situações e as memórias menos boas. Parabéns pela coragem de querer melhorar. Beijos

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    • Nivea Sorensen
      July 17, 2014 at 9:52 am

      Joana é como se a gente precisasse da fragilidade para se fortalecer na sequencia. Um beijo

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