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Livros

Amélia Letrada (Julho 2013)

Em julho eu resolvi parar de comprar livros novos e ler o que anda se acumulando nas estantes. Reli o primeiro livro da Agatha Christie, um outro do John Green e um que tinha comprado há muito tempo e já nem me lembrava mais.

***

816084The Mysterious Affair at Styles – Agatha Christie (O Misterioso Caso de Styles)

“Primeiro e um dos mais famosos mistérios solucionados por Hercule Poirot, o caso Styles começa quando uma aristocrata inglesa morre trancada em seu quarto, vítima de um aparente ataque cardíaco. A coisa ficaria por aí, não fosse a suspeita de envenenamento levantada pelo médico da família.” *

Eu já tinho lido esse livro em português na adolescência e também em inglês (apesar de não ter certeza absoluta disso) quando cheguei à Irlanda. Acontece que eu tenho uma memória bem esquisita tanto para livros quanto para filmes. Passado um tempo eu acabo me esquecendo dos detalhes, e até mesmo do enredo. Ou seja, se me perguntassem quem era o assassino dessa estória, eu não saberia responder. Verdade que conforme a estória avança eu vou me lembrando de algumas coisas, mas nunca tenho certeza se estou no caminho certo. Até por essa razão eu me propus a ler (ou reler) todos os livros da Agatha Christie em inglês, na ordem de lançamento (uma desculpa também para comprar os exemplares que eu não tenho, e cujas capas são lindas).

O Misterioso Caso de Styles é o primeiro romance da Agatha Christie e a primeira aparição do detetive belga Hercule Poirot mas você jamais perceberia isso.  A trama é bem construida, como sempre, e até as últimas páginas você continua confuso e surpreso ao mesmo tempo.

Diversão garantida.

Mum’s List (St. John Greene)41xs9itpOlL

“Ao enfrentar um câncer de mama, a única preocupação de Kate Greene são seus dois meninos, Reef e Finn, e seu marido Synge. Ela sabia, no fundo, que os deixaria em breve.”

Mum’s List (sem título em português) foi lançado em 2012 pouco tempo depois da morte da Kate. Me interessei pelo livro depois de ter lido uma resenha numa revista, porque gosto de estórias reais e melhor ainda se for um drama. Só não contava que a coisa era pior do que eu pensava e achei extremamente dificil ler o livro sem me acabar de chorar.

Logo nas primeiras páginas você fica sabendo que a Kate e Synge, juntos há muitos anos, viviam uma vida tranquila e feliz. Quando seu primeiro filho, Finn, tinha cerca de um ano descobriram que ela estava grávida do segundo bebê. Ao mesmo tempo Finn adoeceu e durante meses os médicos não conseguiam um diagnóstico. Quando Kate estava grávida de 7 meses recebeu a notícia de que Finn tinha não só um câncer, mas uma espécie raríssima e devastadora (8 casos registrados no mundo e quase nenhuma chance de sobrevivência). Mesmo se ficasse curado o menino teria uma deficiência na perna e poderia não poder andar. A notícia levou Kate a entrar em trabalho de parto e o menino Reef nasceu prematuro. Por meses o casal se revezou para cuidar dos filhos, cada um internado em um hospital diferente, sem saber se eles sobreviveriam.

Os dois sobrevivem e Finn acaba por vencer o câncer, que só deixou uma pequena deficiência em uma das pernas, possibiliando uma vida quase normal. E nesse momento, Kate descobre o câncer de mama que a mataria aos 37 de idade (os meninos tinham 6 e 4 anos).

Durante os últimos dias de vida Kate organizou uma espécie de lista para ajudar o pai a cuidar dos meninos e para que eles não se esquececem dela. Coisas do tipo “beije os meninos duas vezes antes de colocá-los na cama”; “compre uma mesa de jantar”; “a mamãe adorava cheesecake de morango”, e etc.

Apesar de ser uma história linda, achei o livro mal escrito . Na verdade não foi o pai dos meninos que o escreveu, conforme os créditos, mas uma ghost writer, e acho que por isso o livro perde um pouco da credibilidade. Além disso achei o tom um tanto quanto piegas.

Ao mesmo tempo terminei o livro com uma sensação boa de gratidão pela minha vida e a da minha família.

katherineAn Abundance of Katherines – John Green (O Teorema Katherine)

“Quando se trata de relacionamentos amorosos, Colin Singleton tem um tipo preferido de meninas: as que se chamam Katherine. E quando se trata de meninas chamadas Katherine, Colin sempre leva um pé na bunda. 19 vezes, para ser mais exato”

Mais um livro do John Green, de e para adolescentes. Nesse o personagem principal, Colin, é um menino prodígio, fanático por anagramas e por meninas chamadas Katherine, pelas quais ele sempre termina abandonado e de coração partido. Para curar o último fora, ele sai numa road trip com o melhor amigo, para tentar criar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines. Através da matemática ele acredita que é possível prever o desfecho de qualquer relacionamento amoroso mesmo antes que as duas partes se conheçam, e assim, se tornar um gênio e conquistar sua última Katherine de volta.

O mais simpático e bem-humorado dos romances do John Green (e o menos triste também). Esse também foi escrito antes do A Culpa é das Estrelas virar queridinho por aí e só prova que o John Green sabe escrever de verdade e dá toda a pinta de ser um cara bem inteligente, do tipo que eu convidaria para um café, sabe?

Super recomendo, mas ó, parei com o John Green (a não ser que alguém recomende muito algum outro livro dele).

***

Agora é sua vez de me contar o que andou lendo, não?

N.

* a mini resenha do livro da Agatha Christie foi retirada do site Skoob

 

About Author

42 anos; brasileira que mora na Irlanda; mãe de um filhote de irlandês do cabelo vermelho e muito fogo na bunda, de uma pimentinha de olhos grandes e curiosos e de uma caçulinha que é só sorrisos.

12 Comments

  • Carolina Bittencourt
    August 13, 2013 at 3:16 pm

    Oi Nivea!

    Sempre leio o teu blog, mas faz anos que nao comento!!
    Vi essa reportagem hoje e lembrei de ti, embora suspeito que tu estejas muito mais aprofundada no assunto do que o proprio Dr John Sharry himself 😉

    http://www.irishtimes.com/life-and-style/health-family/parenting/ask-the-expert-our-baby-can-t-settle-and-we-are-exhausted-1.1491814?page=1

    Beijao!

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    • Nivea Sorensen
      August 14, 2013 at 3:36 pm

      Oi Carol, obrigada. Há tanto tempo não tenho notícias suas… Espero que esteja bem.
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  • Dani Rabelo
    August 13, 2013 at 4:11 pm

    Ní, queridona, adoro suas dicas de livros! Adoro.
    Adoro ler, adoro saber sobre livros, ler as orelhas, ficar admirando as mesas com livros em grandes livrarias, sentir o cheiro de folha misturado com tinta… adoro…

    Agora, eu JAMAIS, do verbo NUNCA NA MINHA VIDA, leria um livro tipo o Mum´s List. Never and ever. Ever.
    Eu choro só de pensar, fico cagando de medo de morrer e de ter que fazer uma também. Ou pior, morrer sem fazer. Ou sei lá, acho que é pior fazer essa merda dessa lista e já ir sofrendo pela morte desde o início dela.
    Não sei. Não gosto deste tipo de leitura, não.

    Eu nunca li Agatha Christie, acho que lhe darei um voto de confiança. Confesso que acho super piegas (não sei porque, besteiras internas inexplicáveis), mas gosto de suspense e de livros que me façam pensar…. talvez eu goste dela!!!

    Estou lendo um livro que vou até recomendar no meu blog – embora eu não tenha uma sessão amélia letrada – pq é um livro que me fez sair da casinha um pouco, pensar diferente, ver pelo outro lado… não sei explicar. Chama CASTELO DE VIDRO, é a história real de uma mulher que viveu com os irmãos e os pais (nos EUA) em extrema pobreza, mas sem a dor e a amargura de ser pobre. O livro é tão diferente e os pais são tão pôrra loucas, que não seria possível acreditar que a história é real, se não fosse a própria a escrever a sua biografia.
    Eu fiquei espantada inúmeras vezes, mas, mais do que isto, fiquei perturbada. Muito perturbada com algumas coisas. Saí da minha casinha por alguns momentos e toda vez que abro o livro é como se a minha vida não existisse e eu estivesse planando entre o agora e a vida desta moça.

    É muito bom.

    Beijos grandes!

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    • Nivea Sorensen
      August 14, 2013 at 3:37 pm

      Dani, adorei a indicação. Vou ver se encontro o livro por aqui.
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  • Mari Spil
    August 13, 2013 at 5:32 pm

    Amo, amo, amo Agatha Christie!!! Faz um tempo que não leio, na verdade, mas já li vários. Desde adolescente quando pegava meus livros na biblioteca, ia direto nos livros dela. E nas aventuras de Sherlock Holmes, também sempre fui alucinada por elas! E sabe, minha memória é meio assim também, na verdade misturo umas histórias com outras, me lembro vagamente… esse caso aí, não é um que o veneno suspeito era estricnina? Acho que já li esse, mas não me lembro do desfecho. Me lembro de ter lido outro que se chama “os elefantes não esquecem”, mas (ironias) não me lembro de que se tratava. Vai ver que não sou um elefante. Rs. Tinha um outro que não era com Poirot, era sobre um mistério no antigo Egito, cheio de visões e cenários exóticos. Ahh deu vontade de ler Agatha Christie de novo, quem sabe também não começo uma coleção de todos os livros assim como você quer fazer?

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    • Nivea Sorensen
      August 14, 2013 at 3:39 pm

      Mari,
      Eu não sou a pessoa mais indicada para lembrar os nomes desses que você mencionou haha. Não li nenhum deles, mas já ouvi falar. Era esse o veneno mesmo (ou não?), já não me lembro…
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  • Bárbara
    August 13, 2013 at 6:01 pm

    Nivea! Eu também NUNCA LEMBRO enredos e detalhes de filmes e livros. Assim como você, ao reler livros da Agatha eu descubro o assassino como se fosse a primeira vez, pois não guardo na memória a identidade do mesmo! Que doido, né?

    Eu tentei ler Agatha Christie em inglês mas não gostei muito… 🙁 Vou dar uma segunda chance!

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    • Nivea Sorensen
      August 14, 2013 at 3:41 pm

      Jura, Bárbara? Eu acho muito tranquilo de ler a Agatha Christie em inglês, mas tentei o Game of Thrones, por exemplo, e confesso, não consegui.
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  • Tatiane Mafra
    August 14, 2013 at 12:27 pm

    Acabei de ler Garota Exemplar (indicação sua) e, apesar de ter achado a Amy um pouco inverossímil nos capítulos finais, a leitura me envolveu de um jeito que eu nao conseguia largar o livro. A cada capitulo ficava mais ansiosa pelo próximo! Comecei a ler A Culpa e das Estrelas, mas este nao engrenou… Achei um livro sem entrelinhas, sabe? O autor explica até os sentimentos dos personagens e nao sobra espaço pra nossa imaginação. Penso que faz muito sucesso porque e uma história comovente. Já Agatha Christie me lembra muito minha adolescência! Minha mae e fã e tem (acho) que todos os livros, então eu sempre lia quando estava em crise de abstinência e nao tinha nada “meu” pra ler. Bj e boas leituras!

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    • Nivea Sorensen
      August 14, 2013 at 3:42 pm

      Tatiane, eu também não comprei muito o final do Garota Exemplar, mas acho que a leitura valeu a pena por ter me prendido, assim como você falou. A Culpa é das Estrelas é literatura juvenil, daí ele ser meio “raso” mesmo.
      Obrigada por ter vindo me contar.
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  • Bruna Dalfré
    August 14, 2013 at 5:58 pm

    Acredita que nunca li Agatha Christie?
    Estou lendo “Melancia”, achei que a autora enrola muito, relata coisas desnecessárias, mas vou continuar e terminar, tenho horror a leitura inacabada!!
    Também estou lendo “Rebecca – a Mulher Inesquecível”, esse foi presente da minha sogra, ela disse que leu quando era jovem e nunca esqueceu desse livro, estou gostando mais do que o “Melancia”, a narrativa é boa…
    Adoro as dicas de livros, ás vezes não sei qual ler,comprar…..
    Bjus

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    • Nivea Sorensen
      August 14, 2013 at 6:28 pm

      Bruna, eu falei do Melancia já aqui. Eu não gostei muito, não.
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