Menu
Meu babóg

Darwinismo maternal

Se tornou mãe? Então bebê, ou você se adapta ou se dá mal. Não tem jeito. Nesse mundo louco da maternidade, só sobrevive quem aprende a se adaptar.

Eu odiava bagunça. Continuo não gostando muito, é verdade, mas meu babóg precisa ser menino. Ele precisa espalhar os brinquedos pela casa toda. Depois eu vou lá e recolho (enquanto ele não aprende a guardar tudo sozinho), mil vezes por dia. Mas enquanto ele brinca, eu vou aprendendo a conviver no meio da bagunça. Vou pulando uns muitos livrinhos aqui, uns carrinhos acolá, mal me reconhecendo (não faz tanto tempo assim eu vivia chorando por causa da casa desorganizada).

Ele precisa aprender a comer sozinho, então eu deixo ele se arriscar, deixo sujar. Depois vou lá e limpo. Não é fácil, não. Fico pensando mil vezes o quanto seria melhor (pra mim) dar toda a comida na boca e pronto.

Eu gosto de silêncio, mas ele faz barulho o tempo todo, então eu deixo para ler ou fazer qualquer outra atividade em que eu precise de paz, para quando ele vai para a cama.

Meu maior problema até então era na hora que eu precisava cozinhar, ou pelo menos adiantar o jantar para que a gente não acabasse comendo muito tarde. Isso porque E. cisma de ir comigo para a cozinha e me dar trabalho extra, mexendo no que não deve, o que só me deixava nervosa.

Fizemos o quê?

Adaptamos o armário. Esvaziei a parte de baixo, que ele tem acesso e consegue abrir sozinho, e deixei ali só potinhos de plástico e embalagens usadas (e limpas) para que ele possa brincar a vontade. Em breve, quando ele curtir uns rabiscos, vou cobrir a porta do armário com algo onde ele possa desenhar, ou uma lousa.

Melhor isso do que eu parando a cada 2 minutos para ver o que ele está fazendo em outro lugar da casa, ou gritando com ele para parar de mexer no lixo, ou sei lá o quê.

E todo dia é assim. Todo dia ele aprende uma arte nova e eu todo dia aprendo a me adaptar (a mim mesma e à casa, claro).

Nessas horas eu percebo o quanto ser mãe fez de mim uma pessoa melhor. E muito, mas muito mais feliz.

N.

About Author

42 anos; brasileira que mora na Irlanda; mãe de um filhote de irlandês do cabelo vermelho e muito fogo na bunda, de uma pimentinha de olhos grandes e curiosos e de uma caçulinha que é só sorrisos.

14 Comments

  • Mi
    March 21, 2012 at 11:30 am

    engraçado que ao ler o titulo eu pensei no contrário: o bebê se adaptando ao dia-a-dia da família também, como as pessoas aqui na alemanha tanto desejam. Com algumas criancas ate pode dar certo, mas acho meio complicado tentar impor certas coisas pra um bebê. Como vc disse: eles tem que ser criancas =) bjs!

    Reply
    • Nivea Sorensen
      March 21, 2012 at 7:19 pm

      Mi,
      Acontece um pouco também, mas acho que eu tive que me adaptar mais a ele do que o contrário.
      Um beijo

      Reply
  • Ingrid Gomes
    March 21, 2012 at 11:34 am

    Olha, PAAAAAAARABÉNS Ni, porque eu não dei conta não hahahah, Pok é sim menino, menino, daqueles levados, mas certas coisas acabram saindo do meu jeito, até falei sobre isso no post de hoje!

    Os brinquedos, as lambanças até que rola de vez em quando, mas a cozinha, bom a cozinha é território proíbido, tenho pavor de criança solta na cozinha, Pok agora até puxar cadeira pra mexer na bancada aprendeu, eu fico de cabelos em pé, ele puxa, eu coloco no lugar, ele chora, eu agrado, ele faz de novo e assim vai… é dificil, mas uma hora ele aprende ahaha.

    E. tá cada dia mais lindo hein!

    Beijocas

    Reply
    • Nivea Sorensen
      March 21, 2012 at 7:22 pm

      Ingrid,
      Minha cozinha é praticamente junto com a sala, não tem nem porta. No início eu até tentei fazer uma barreira com o travel cot, para impedi-lo de entrar, mas ele faz um escândalo, grita, e gritaria eu não suporto. Tomo todo o cuidado, por exemplo, se o forno estiver ligado, ele não entra lá. Também não ligo o fogo com ele próximo e os armários “perigosos” ganharam travas.
      Um beijo

      Reply
  • Karen
    March 21, 2012 at 11:46 am

    Nossa, entendo perfeitamente. E acho difícil ter que sempre me reinventar e/ou adaptar às fases das minhas duas… Agora por exemplo estou tendo que me adaptar ao fato de que a minha filha caçula não é mais boa de garfo e que não é mais a “vereadora” – apelido que ganhou por estar sempre sorrindo, tentando agradar o eleitorado… E estou sofrendo cm isso…. Acho que tinha me esquecido destas inúmeras fases das crianças…

    Beijo,
    Karen
    http://multiplicado-por-dois.blogspot.de/

    Reply
    • Nivea Sorensen
      March 21, 2012 at 7:23 pm

      Difícil mesmo, Karen. Para mim é sempre muito difícil porque eu não sou muito adepta à mudanças, por menores que elas sejam. Mas o que fazer?
      Beijos

      Reply
  • Daniela
    March 21, 2012 at 12:05 pm

    É isso mesmo, Nívea, a gente tem que se adaptar. Eu era muito chatada com organização antes de engravidar, quando estava grávida e brigava com o marido por conta de roupa jogada ou toalha no chão, ele sempre falava “vc vai ter que se adaptar, pq qdo a Laura nascer a casa não ficará limpinha e organizadinha, vire e chave” e eu achava que não, imagina, eu vou conseguir manter a casa organizada… aham… aham… tá. Não consigo, o máximo que consigo é definir um local para a bagunça (o cantinho da sala), pq, além disso, nada mais. às vezes deixo a Laura derrubar tudo do armário da cozinha (assim como o seu filho está brincando nas fotos), só para eu poder estender roupa, ou guardar as compras… fazer o quê?
    Adaptabilidade é o nosso lema…

    Reply
    • Nivea Sorensen
      March 21, 2012 at 7:24 pm

      Eu sofri muito no início, Daniela. Depois percebi que estava era perdendo o meu tempo.
      Um beijo

      Reply
  • ka smith
    March 21, 2012 at 12:07 pm

    Amiga, me recuso a andar e desviar de brinquedos pela casa toda, ela tem o canto para bagunça e that’s it , mas essa de gaveta especial com utensílios próprios para ela se divertir na cozinha, quem nunca? hahahahah

    beijoooo

    Reply
    • Nivea Sorensen
      March 21, 2012 at 7:26 pm

      Ka,
      Chloe já é mais velha, E. não entende que a bagunça tem que ficar restrita. Quando ele crescer um pouco mais, e a gente tiver um canto para a bagunça, vou estabelecer limites.
      Um beijo

      Reply
  • Priscila Santos
    March 21, 2012 at 1:06 pm

    Que lindo Nivs. Mas é assim mesmo, a gente se adapta e por causa disso nos tornamos pessoas melhores.
    Qdo a Mariana era menor, tive que tirar todas as coisas “perigosas” para ela das gavetas que tinha acesso, pois adorava abri-las e espalhar tudo……..
    Parabens pelo modo como tem educado o E.! Garanto que ele sera uma pessoa maravilhosa.
    beijos

    Reply
    • Nivea Sorensen
      March 21, 2012 at 7:26 pm

      Aqui também foi assim, Pri. Quase tudo já foi mudado de lugar.
      Um beijo

      Reply
  • Celi
    March 21, 2012 at 5:14 pm

    Nivea,
    Sabe que tudo isso sempre foi muito difícil para mim, porém aprendi assim como você. Mãe de dois meninos, já imaginou. Quando eles se juntam é bagunça e coisa espalhada pela casa inteira. Agora, está mais difícil e tenho exigido mais dos pequenos. Pelo menos que guardem um tanto. Eles ajudam…. Aprendem…
    Essa parte da cozinha também tenho e sabe o que fizemos… compramos aquela cozinha by Ikea de madeira e temos a própria na nossa cozinha. Então, é uma maravilha, pois enquanto faço comida eles mexem nas minhas coisas, mas também tem um tanto de coisas para eles.
    E o dia a dia faz com que haja uma maior adaptação e tolerância nossa… Afinal, são crianças!
    Beijos

    Reply
    • Nivea Sorensen
      March 21, 2012 at 7:28 pm

      Celi,
      Aprendem sim, claro que aprendem. Eu acho a bagunça saudável, mas ao crescer eles precisam de responsabilidades, e cabe a gente impor certos limites. Eu ando sonhando com uma cozinha de madeira para ele, mas no momento a gente não tem nenhum espaço. Vai ter que vir quando a gente comprar uma casa (e espero que não demore).
      Um beijo

      Reply

Deixe uma resposta para Nivea Sorensen Cancel Reply