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Licença Maternidade / Pretensões e Desabafos

On a budget

Eu não sei se você reparou, mas estamos no meio de outubro e eu continuo em casa lendo, escrevendo, assistindo TV, fazendo bolos cuidando do meu babóg.

Pois é, a licença maternidade remunerada acabou-se no início desse mês e, embora eu esteja ainda oficialmente empregada, não voltei ao trabalho e não recebo mais um centavo do governo para manter essa minha vida difícil. Tudo bem que eu não posso reclamar, pois licença de 6 meses é até luxo considerando-se que muitos países oferecem bem menos do que isso.

A decisão de não voltar ao trabalho, pelo menos por enquanto, é assunto para outro post. Hoje eu estou aqui para reclamar escrever sobre a falta de dinheiro.

Por um lado eu estou feliz da vida que eu tenho essa opção. Sem o meu salário a gente não deixa de pagar nenhuma conta, não precisa se mudar para um apartamento mais barato, e até vive tranquilamente. Por outro lado, não tem mais como gastar dinheiro à toa. Não tem mais sair por aí fazendo compras porque eu estou de TPM e não porque eu preciso de fato de alguma coisa. Não tem mais sair para jantar (não que seja possível fazer isso depois que E. nasceu) ou beber sem um motivo especial.

Esse mês pela primeira vez na nossa vida de casal a gente teve que sentar, se programar e estabelecer um orçamento semanal para que o mês não termine antes do salário de I., que não ganha mal, mas também não ganha nenhuma fortuna.

Fácil não é; eu queria estar circulando por aí com MEU próprio dinheiro, fazendo compras e não contas. Se foi a melhor decisão também não sei. Se é definitivo, sei menos ainda. Se vou me arrepender, não posso garantir. Mas foi a decisão que eu tomei baseada no que me faria mais feliz nesse momento da minha vida. Sim, a mim, e não ao meu filho ou ao meu marido. Pensei em mim em primeiro lugar, e acho que sendo mais feliz eu vou fazer a vida deles mais feliz também. E sem culpar ninguém mais tarde pelas minhas decisões.

E se a vida me deu esse limão eu vou fazer um bolo, que é muito melhor do que limonada. E aí vou sentar no sofá da minha sala nesse dia frio, com uma xícara de chá, e olhar o meu babóg brincar. Vou ganhar dele um sorriso banguela e me considerar uma mãe de sorte.

De muita sorte.

N.

About Author

42 anos; brasileira que mora na Irlanda; mãe de um filhote de irlandês do cabelo vermelho e muito fogo na bunda, de uma pimentinha de olhos grandes e curiosos e de uma caçulinha que é só sorrisos.

22 Comments

  • Ingrid Gomes
    October 19, 2011 at 10:39 am

    Devo dizer que nunca fui tão POBRE em toda minha vida hahah, eu conheço bem essa realidade de planejar orçamento, vivo assim desde o final do ano passado, ainda vivemos bem, temos nosso conforto, eu ainda tenho uma graninha na minha conta que uso pra ocasiões especiais (comprar presente pro Károly, comprar presente pra ele com o dinheiro dele seria meio foda pra mim!) porém não é fácil, não sinto falta de trabalhar, de sair na chuva, no frio pegar trem ou busão pra ir ao trabalho, mas sinto falta do MEU dinheiro, tem dias que eu fico chateada, tem dias que eu penso que já é hora de voltar ao trabalho, brinco dizendo pro Karo que devia era ter casado com um feio barrigudo de meia idade e que me desse uma bela mesada, essa de me juntar com um bonitão novinho e ficar fazendo contas não foi a melhor idéia, hahaha.

    Mas no fim do dia, quando deito na minha cama com meu amor e rimos da vida, vejo que tudo tá valendo a pena e mesmo pobretona, to feliz como nunca fui! =)

    Beijocas

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    • Nivea Sorensen
      October 20, 2011 at 10:07 am

      Ingrid,
      Concordo com TUDO o que você disse.
      Um beijo

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  • Cintia
    October 19, 2011 at 11:49 am

    A minha licenca remunerada acaba agora tambem. Oh tristeza. Mas eu vou voltar pro batente em Marco, nao tem jeito. Eu quero Sofia socializando desde ja com outros bebes. Depois que comecei a ir no playgroup vi que ajuda tanto o convivio com outros bebes. Ela chega em casa fazendo alguma coisa que viu outro bebe fazendo… eh engracadissimo. E eu quero meu dinheiro de volta, meus almocos com as meninas la em Londres, etc… e quero Sofia no meio da molecada tambem. Claro que se eu fosse rica eu ia ficar em casa, aprendendo a tocar piano, a falar Frances, etc…. mas essa vida de classe media-baixa aqui da Inglaterra me obriga a sair de casa. Oh le le…

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    • Nivea Sorensen
      October 20, 2011 at 10:10 am

      Oi Cintia,
      Eu também quero E. socializando. Tenho horror a idéia de criar uma criança trancada comigo num apartamento o dia inteiro. Se pudesse pagar eu também colocaria ele na creche, pelo menos alguns dias por semana. Mas não posso, então o jeito vai ser apelar para os playgroups e as amigas com filhos de idades próximas. Mas acho que com planejamento dá para evitar que ele fique isolado.
      Um bejio

      Reply
      • Daniela
        October 20, 2011 at 9:43 pm

        Nivs, aqui na Italia existe uma opçao q é uma escolinha 2 X na semana, por 2 horas. Tem as “tias”, duas e as crianças devem ir acompanhada de algum adulto. To levando o Leo e acho otimo, além de ele socializar, eu tb o faço.
        bjo

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        • Nivea Sorensen
          October 21, 2011 at 9:35 am

          Dani,
          Faça proveito disso, sim, que é muito legal. Aqui não existe essa opção mas eu já comecei a pesquisar playgroups por aqui, alguns de graça, algums cobram uma taxa bem pequena (bem acessível). Assim que o Erik sentar sozinho vou começar a levá-lo.
          Beijo

          Reply
  • Karina M.
    October 19, 2011 at 12:22 pm

    Ní,

    Eu acho que posso falar sobre o assunto porque antes mesmo de ter o Gabriel eu já tinha tomado a decisão de ser dona de casa. Eu sempre gostei das coisas de casa.
    É claro que enfrentei e enfrento muito preconceito! Muitas pessoas pensam que sou madame.
    Antes eu me chateava, mas hoje caio na risada!
    Não posso negar que quando morava com meus pais tinha uma situação muito boa, quase que ímpar nos dias de hoje.
    Casei e as coisas mudaram um pouco, mas ainda assim me sentia feliz!
    Lógico que com essa decisão – de não trabalhar fora- veio a questão de ter que abrir mão das coisas.
    Muitas vezes eu chorei e falei para o meu marido que queria ajudar com as despesas da casa. E ele me falou e fala até hoje que eu ajudo e muito! Disse que o fato de eu cuidar da casa, da família faz com que ele tenha tranquilidade de sair para trabalhar e depois voltar para um lar aconchegante, sem problemas. Portanto, ele diz que cada centavo sou eu que o ajudo a ganhar.
    E olha, hoje vejo que faz total sentido!
    Sou feliz assim, com a minha escolha, com a vida que tenho e com o que posso ter.
    Se eu almejo mais coisas?Claro que sim! Mas sempre dentro das minhas possibilidades.
    Por isso, minha amiga, seja feliz com qualquer que seja a sua decisão.
    O importante mesmo é ser feliz!
    Fique com Deus!
    Beijocas

    Reply
    • Nivea Sorensen
      October 20, 2011 at 10:14 am

      Ka,
      Acho que já comentei com você que sua decisão exigiu muita coragem. Escolheu ser feliz fazendo o que você quer! E daí que vão falar besteira? E daí que vão falar da sua vida?
      Eu aprendi a gostar das coisas da casa também, mais do que eu gostava de ir ao trabalho aqui na Irlanda. E concordo com você, eu posso não ajudar com as despesas da casa, mas meu marido vai ao trabalho todo dia com roupa lavada e passada, com almoço levado de casa, e volta para uma casa limpa, com jantar pronto, e o filho bem cuidado e feliz. Quem disse que isso não é ajudar? Não tenho vergonha nenhuma de estar em casa fazendo isso pela minha familia, não mesmo.
      Um beijo para você e o Gabriel.

      Reply
  • Ananda Etges
    October 19, 2011 at 12:41 pm

    Oi Nivea,

    Acho que tu fez muito bem em decidir pensando em ti. Com certeza se tu estiver feliz e bem resolvida com a tua escolha vai poder fazer o E. e o I. muito felizes. E que seja doce (enquanto dure, pois sempre podemos mudar de ideia e dar uma virada na vida).

    Beijos, Ananda.

    Reply
    • Nivea Sorensen
      October 20, 2011 at 10:15 am

      Oi Ananda,
      Obrigada pela força.
      Um beijo em vocês.

      Reply
  • Carol P
    October 19, 2011 at 12:51 pm

    Vc fez muito bem emtomar esta decisao pensando em vc, ainda mais com o aopoio de seu marido. Sempre acho q uma mae feliz faz a familia mais feliz.
    E na vida sempre tem os dias bons e ruins…
    x Carol P

    Reply
    • Nivea Sorensen
      October 20, 2011 at 10:16 am

      Oi Carol,
      Sim, se tivesse voltado a trabalhar estaria me lamentando por deixar o filho em casa. Enfim, tomei uma decisão que me faz feliz, mas que como tudo tem seu lado ruim, sim.
      Um beijo

      Reply
  • Celi
    October 19, 2011 at 2:12 pm

    Quem não sente falta do seu dinheiro…. hein? rs rs rs
    Nívea acho que é assim mesmo. Impossível ter tudo. Mas por outro lado, veja só que maravilha de escolha, que delícia saborear um bolo de limão sentada no sofá com seu filho por perto. Não tem dinheiro que pague! A gente precisa de tranquilidade para cuidar bem dos filhos.
    E a gente se aperta mesmo, faz inúmeras contas, abre mão disso e daquilo… mas faz parte. Né?
    Agora, já imaginou com três…. Nem quero pensar! rs
    Você tem toda razão. Adorei seu comentário no meu post de hoje. Valeu querida! É tão bom ouvir as amigas… as diversas opiniões.
    Beijos

    Reply
    • Nivea Sorensen
      October 20, 2011 at 10:17 am

      Celi,
      A gente aperta mesmo, e sempre cabe mais um, você vai ver! Obrigada pelo carinho.
      Um beijo

      Reply
  • Paula
    October 19, 2011 at 3:48 pm

    Nivea eu tbm nao consegui voltar. Sabia que nao conseguiria mas depois de 1 ano e meio e algumas más decisoes do marido antes de morarmos juntos a divida doc artao falou mais alto e eu tive q voltar. Todo dia penso no q estou perdendo. Que quero estar com ele. Aproveite essa fase enquanto pudere. O dinheiro faz falta sim, pior é trabalhar e nem ver o dinheiro hehehehe. Gracas a Deus tenhoa chande de trabalhar menos horas e ficar com o Samuel mais tempo que uma mae normal que trabalha, mas mesmo assim eu sinto muita falta dele e ele de mim. CUrtam muito esse momento que nao volta nao. Beijos

    Reply
    • Nivea Sorensen
      October 20, 2011 at 10:19 am

      Paula,
      Não expliquei a razão de optar por ficar em casa, mas se resume a isso que você disse: seria trabalhar para nem ver o dinheiro (que seria gasto com a creche).
      Por enquanto dá para levar desse jeito, mas a gente nunca sabe o dia de amanhã.
      Sorte sua não ter que trabalhar tantas horas.
      Um beijo

      Reply
  • Bibian!
    October 19, 2011 at 4:46 pm

    Lindo, Nivis!
    Seguir oq nosso coração pede sempre oferece maior recompensa q tudo! – e olha q eu sou do tipo MUITO consumista!
    =)

    Reply
    • Nivea Sorensen
      October 20, 2011 at 10:20 am

      Vivian,
      Obrigada! Eu também era MUITO consumista, e aproveitei muito essa fase. Hoje, infelizmente não dá para levar mais a mesma vida. Sem mágoas, porque tem outras coisas em jogo…
      Um beijo

      Reply
  • Fernanda Lima
    October 20, 2011 at 1:00 am

    Me acredite, Nivea, te compreendo perfeitamente, de A à Z deste post.

    ps: e sobre teu comentário no post passado, seria uma alegria! vamos torcer que dê certo =)

    beijos!

    Reply
    • Nivea Sorensen
      October 20, 2011 at 10:21 am

      Te acredito, Fernanda.
      Um beijo
      PS marcaremos, então!

      Reply
  • Cath
    October 21, 2011 at 12:44 am

    Oii, Nivea.
    Sei muito bem como funciona a coisa, ja estou no segundo emprego deixado para tras. Decidi soh estudar e parar de lecionar montessori numa escolinha/creche e eu ja estou ficando doida. Tambem nao preciso trabalhar pra gente viver, mas meus luxinhos diminuiram e nao tem graca ficar olhando vitrine.
    Mas pelo menos nos somos felizes neh? temos direito a escolher o que queremos fazer aqui. Sortuda a gente neh? agora soh falta os nossos maridos ganharem na loteria. Eu juro que quando isso acontecer eu paro de reclamar, talvez nao mas seria otimo neh? haha
    bjuss pra vc e pro seu filho lindo!!

    Reply
    • Nivea Sorensen
      October 21, 2011 at 9:32 am

      Cath,
      Eu vivo dizendo que só o que me falta nessa vida é o tal do ticket premiado. Resolvia todos meus problemas, viu? E nem precisava ser muito, não.
      Beijos

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