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Pretensões e Desabafos

A Tentativa

Eu tenho alguns poucos talentos. Entre eles não está o de fazer amigos facilmente. By the way, nem o de manter os que eu já tenho (tarefa que aliás eu deixei para eles).
Primeiro porque eu não tomo a iniciativa. Dificilmente vou puxar conversa com alguém. Eu fui extremamente boazinha comigo mesma ao escrever “dificilmente”. A verdade é que eu NUNCA vou puxar assunto com alguém que não conheço (pessoalmente, a internet não conta!), ou a que tenha acabado de ser apresentada. Análises pseudo-psicológicas a parte, eu não sei como fazer isso. Pronto.
Segundo, que se você tentar puxar assunto comigo eu posso não dar a melhor das impressões. A primeira vista, eu devo admitir, sou antipática. Provavelmente, por ser um pouco tímida, eu passo por arrogante. Várias pessoas já me disseram isso, inclusive I., que também me achou “snobish” por boa parte do nosso primeiro encontro (segundo ele a sensação passou depois que eu finalmente tirei os óculos escuros, e ele acostumou com meu inglês “posh”).  Enfim, com uma segunda chance, a tendência é eu melhorar.
Terceiro, eu sou pouco paciente com certos comportamentos humanos. Algumas coisas me irritam muito, como falta de educação e burrice, por exemplo, e aí eu não faço mesmo a menor questão de disfarçar. Pelo contrário, eu faço uma cara impossível de passar desapercebida.
Claro, existem exceções. Alguns dias eu eu estou particularmente falante. E sempre têm aquelas pessoas com quem eu tenho uma empatia quase instantânea. E apesar de tudo isso escrito anteriormente, quando eu gosto, eu gosto.
Mas como eu já escrevi aqui antes, não conheço quase ninguém em Dublin agora, e não pretendo ficar reclamando sobre isso para o resto da vida. Tentei procurar por alguns cursos, mas a grande maioria tem início só em agosto. Em agosto minhas habilidades sociais que já são escassas vão estar atrofiadas por completo.
Me resta então um orkontro. Explico. Há algum tempo me adicionei a uma comunidade do Orkut chamada Meninas de Dublin, um grupo de brasileiras morando aqui (ou com planos de chegar qualquer dia desses). Me interesso pouco ou nada pelos tópicos postados (um monte de gente tentando vender cigarro e pílula).  Todos os meses (ou quase todos não sei bem) elas marcam um encontro na casa de uma das meninas. Outro dia comentei com I. sobre isso e ele me disse que eu deveria ir. Tentei argumentar que eu jamais me sentira confortável entre montes de desconhecidas mas fui vencida pelo argumento maior de que eu não posso ter certeza, se não tentar.
O fato é que nesse próximo domingo lá vou eu. Com brigadeiros e sem a menor intenção de fazer melhores amigos, mas de passar algumas horas em contato com pessoas.
Não pode dar muito errado, né?
N.
About Author

42 anos; brasileira que mora na Irlanda; mãe de um filhote de irlandês do cabelo vermelho e muito fogo na bunda, de uma pimentinha de olhos grandes e curiosos e de uma caçulinha que é só sorrisos.

4 Comments

  • Ana Flavia
    April 22, 2010 at 3:46 pm

    Menina, vá a Confraria. Eu fui, e gostei. Na época, tava sem amigas tb, que as que chegaram na minha epoca tava tudo voltando ao Brasil. Com certeza vai aparecer alguem pra simpatia reciproca, tem muita menina bacana lá. Além disso, é uma oportunidade e tanto pra se esbaldar de comer salgadinhos e outros deliciosos quitutes.
    Bjo

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  • F.Pamplona
    April 22, 2010 at 10:55 pm

    Nesse país onde a maioria das pessoas é solitárias, temos que fazer um esforcinho para fazer amizades. Eu posso dizer que tenho dois amigos de verdade e inúmeros colegas que fazem meus dias melhores.

    Espero que faças muitas amizades nesse orkontro.

    Valeu!

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  • V.
    April 23, 2010 at 2:45 am

    Olá!
    Achei seu blog e me indentifiquei com os livros e, claro, o fator Irlanda. Estou planejando passar um tempo no país e achei legal te seguir! Ah, eu faço amigos facilmente,rs..

    Bjs

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  • Wagner, DUBLIN
    April 23, 2010 at 11:43 am

    quisera eu poder ir. Vc pode. É menina…hahahahahaahahah…sou amigo da anfitriã.

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