Nos conhecemos num posto de gasolina, próximo a minha casa. Quando me viu saltou do corsa vinho, alugado. Vestia uma camisa amarela, meio aberta na frente. A primeira impressão, não sei, não foi das melhores. O primeiro contato, aquela coisa estranha de não saber se o correto é um beijo, ou dois, um aperto de mão, abraço, sei lá. Conversamos sobre como ele chegara até ali, dirigindo um carro alugado pelas ruas mal sinalizadas de São Paulo. Resolvemos dar uma volta. Andamos por lugares não exatamente conhecidos, paramos para conversar sobre amenidades, seu trabalho como médico. Ele falava muito, era engraçado, me senti bem. Voltamos a rua, a camisa virou uma camiseta. Ele muito mais alto do que eu, senti seu toque, achei que ia me beijar, mas não beijou. Nesse momento percebi que o achava bonito. Não extremamente bonito, mas do jeito que eu imaginava. Caminhamos juntos até minha casa, a camiseta agora era cinza e ele me abraçava. Nos beijamos. Onde? Não me lembro. Nos despedimos como quem não quer. Entrei em casa, feliz, feliz, esperando pelo momento, mais tarde, de vê-lo novamente.
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Nivea Sorensen
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Nivea Sorensen
42 anos; brasileira que mora na Irlanda; mãe de um filhote de irlandês do cabelo vermelho e muito fogo na bunda, de uma pimentinha de olhos grandes e curiosos e de uma caçulinha que é só sorrisos.
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